Antes da bioenergética propriamente dita, nasceu a terapia corporal pelas mãos do psicanalista húngaro Wilhelm Reich, ex-discípulo de Freud (o pai da psicanálise), que resgatou a importância do corpo para a compreensão das emoções e dos sentimentos. “Freud se preocupava com o que o paciente falava e Reich observava como ele falava, analisando sua respiração e expressão corporal”, diz o médico e psicoterapeuta Ricardo Amaral Rego, diretor do Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica.
Reich rompeu com a separação entre corpo e mente, tão comum nas terapias de então. Ele compreendeu que o que afeta o corpo repercute na mente, e vice-versa. Também passou a estudar como o corpo é regido e conduzido por uma energia que ele batizou de orgônio – conhecida por ch’i na medicina tradicional chinesa e por prana pelos hindus. O trabalho de Reich era inovador para a psicanálise e para a sociedade ocidental, pois defendia que a vitalidade dessa energia contribui para o bem-estar do ser humano. Empolgado, ele mergulhou em pesquisas para descobrir a origem dessa energia e deixou aberto o campo para estudos da correlação mente/corpo. “Nesse vácuo, Lowen, ex-paciente e aluno de Reich, encontrou espaço para sistematizar o trabalho do mestre”, explica o psicoterapeuta Rubens Kignel, de São Paulo.
Lowen partiu do princípio de que a boa relação entre corpo, mente e energia é a base para uma vida plena. Na prática, se a pessoa está triste devido a uma perda, ela se sente enfraquecida para reagir porque o organismo não produz a energia de que ela precisa para se animar. Por isso, o terapeuta acredita ser difícil alguém deprimido ficar bem e pensar positivamente se seu nível de energia estiver baixo. Aí entra a análise bioenergética: para resolver o descompasso.
A fórmula conta com um equilíbrio na equação mente/corpo/energia, com base no estudo dos estados emocionais e energéticos do corpo.
Numa sessão de bioenergética, além de conversar como em qualquer outro tipo de psicoterapia, o terapeuta pede que o paciente faça alguns exercícios físicos. O objetivo é destravar tensões musculares – geradas por estresse, tristeza, ansiedade e problemas psicológicos – e levar a pessoa a respirar livremente, já que a emoção interfere no fluxo respiratório. “Por conta dos seus problemas emocionais, um paciente pode aprisionar a respiração, isto é, entrar num padrão de inspirações e expirações curtas e apressadas, que tensionam os músculos e distanciam o indivíduo do contato com o seu corpo”, afirma Liane Zink, diretora do Instituto Brasileiro de Análise Bioenergética, ex-aluna de Lowen. Os exercícios da bioenergética colaboram para a respiração fluir novamente.
A fórmula conta com um equilíbrio na equação mente/corpo/energia, com base no estudo dos estados emocionais e energéticos do corpo.
Numa sessão de bioenergética, além de conversar como em qualquer outro tipo de psicoterapia, o terapeuta pede que o paciente faça alguns exercícios físicos. O objetivo é destravar tensões musculares – geradas por estresse, tristeza, ansiedade e problemas psicológicos – e levar a pessoa a respirar livremente, já que a emoção interfere no fluxo respiratório. “Por conta dos seus problemas emocionais, um paciente pode aprisionar a respiração, isto é, entrar num padrão de inspirações e expirações curtas e apressadas, que tensionam os músculos e distanciam o indivíduo do contato com o seu corpo”, afirma Liane Zink, diretora do Instituto Brasileiro de Análise Bioenergética, ex-aluna de Lowen. Os exercícios da bioenergética colaboram para a respiração fluir novamente.
O resultado da terapia é um ser humano mais integrado consigo mesmo, seus desejos, sua verdade e, conseqüentemente, mais presente em tudo o que acontece na vida. “Diminui aquela sensação de estar sendo levado pelos acontecimentos, de viver no piloto automático”, considera Rubens Kignel. Essa consciência é trabalhada por meio do conceito de grounding (o fundamento mais importante da bioenergética), que significa “estar enraizado”. Para sentir o corpo enraizado, Lowen desenvolveu exercícios (veja quadro) que mesclam respiração e posturas. “Após esses exercícios, a pessoa percebe que está inteira numa relação – seja ela amorosa, de trabalho, com os filhos ou com seus valores. O grounding pode mostrar os medos do paciente, fazendo-o enfrentálos”, explica Liane.
Estar cheio de vida e energia é a idéia loweniana de saúde física e mental. Manter essa ligação dá ao ser humano a possibilidade de se expressar livremente e alcançar a graciosidade. Afinal, como o pai da bioenergética diz: “Na ausência do sentir, o movimento se torna mecânico e as idéias se tornam abstrações”. Se é verdade que alguns distúrbios diminuem a graça do corpo e debilitam sua saúde, também é fato que o resgate dessa graça recupera o bem-estar. “O paciente aprende a estar com o melhor de si e a aceitar que existem incompletudes, mas que é possível viver em harmonia assim”, afirma Kignel.
Outro aspecto das terapias corporais é a Biossíntese. Com base no estudo do desenvolvimento do feto na década de 1970, o pedagogo e psicoterapeuta inglês David Boadella entendeu a influência que o feto recebe da mãe e do meio ambiente e concebeu dois conceitos fundamentais da biossíntese – o útero receptivo e o útero rejeitador ao bebê. Dependendo de como foi a relação mãe/feto, o bebê pode se tornar um adulto receptivo ou rejeitador a pessoas, situações e desafios da vida. “Boadella também desenvolveu conceitos de movimento e postura. Cada uma delas está ligada a situações de abrir-se e fechar-se a si e ao mundo”, explica o psicoterapeuta Rubens Kignel.
Independentemente da linha, o fato é que as terapias corporais se mostram muito úteis para levar o homem a olhar mais para seu corpo e compreender que o bem-estar físico e mental são unos e uma valiosa ferramenta para o entendimento de si próprio.
Estar cheio de vida e energia é a idéia loweniana de saúde física e mental. Manter essa ligação dá ao ser humano a possibilidade de se expressar livremente e alcançar a graciosidade. Afinal, como o pai da bioenergética diz: “Na ausência do sentir, o movimento se torna mecânico e as idéias se tornam abstrações”. Se é verdade que alguns distúrbios diminuem a graça do corpo e debilitam sua saúde, também é fato que o resgate dessa graça recupera o bem-estar. “O paciente aprende a estar com o melhor de si e a aceitar que existem incompletudes, mas que é possível viver em harmonia assim”, afirma Kignel.
Outro aspecto das terapias corporais é a Biossíntese. Com base no estudo do desenvolvimento do feto na década de 1970, o pedagogo e psicoterapeuta inglês David Boadella entendeu a influência que o feto recebe da mãe e do meio ambiente e concebeu dois conceitos fundamentais da biossíntese – o útero receptivo e o útero rejeitador ao bebê. Dependendo de como foi a relação mãe/feto, o bebê pode se tornar um adulto receptivo ou rejeitador a pessoas, situações e desafios da vida. “Boadella também desenvolveu conceitos de movimento e postura. Cada uma delas está ligada a situações de abrir-se e fechar-se a si e ao mundo”, explica o psicoterapeuta Rubens Kignel.
Independentemente da linha, o fato é que as terapias corporais se mostram muito úteis para levar o homem a olhar mais para seu corpo e compreender que o bem-estar físico e mental são unos e uma valiosa ferramenta para o entendimento de si próprio.
Fonte: Revista Bons Fuidos
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