NÁUFRAGO
E temo, e temo tudo, e nem sei o que temo.
Perde-se o meu olhar pelas trevas sem fim.
Medonha é a escuridão do céu, de extremo a extremo...
De que noite sem luar, mísero e triste, vim?
Amedronta-me a terra, e se a contemplo, tremo.
Que mistério fatal corveja sobre mim?
E ao sentir-me no horror do caos, como um blasfemo,
Não sei por que padeço, e choro, e anseio assim.
A saudade tirita aos meus pés: vai deixando
Atrás de si a mágoa e o sonho... E eu, miserando,
Caminho para a morte alucinado e só.
O naufrágio, meu Deus! Sou um navio sem mastros.
Como custa a minha alma a transformar-se em astros,
E temo, e temo tudo, e nem sei o que temo.
Perde-se o meu olhar pelas trevas sem fim.
Medonha é a escuridão do céu, de extremo a extremo...
De que noite sem luar, mísero e triste, vim?
Amedronta-me a terra, e se a contemplo, tremo.
Que mistério fatal corveja sobre mim?
E ao sentir-me no horror do caos, como um blasfemo,
Não sei por que padeço, e choro, e anseio assim.
A saudade tirita aos meus pés: vai deixando
Atrás de si a mágoa e o sonho... E eu, miserando,
Caminho para a morte alucinado e só.
O naufrágio, meu Deus! Sou um navio sem mastros.
Como custa a minha alma a transformar-se em astros,
Como este corpo custa a desfazer-se em pó!
Autor: Afonso Henriques da Costa Guimarães (Alphonsus de Guimaraens)
Bem à calhar essa foto para chorar minhas pitangas! Se eu soubesse usar o Photoshop, eu colocaria essa pessoa enterrada com a cabeça num buraco, pra demonstrar meu sentimento.
Quem sou? O que estou fazendo aqui? Mas... aqui onde? Onde estamos? Para quê? Para onde seguir? E por quê?
Acho que estou regredindo... voltando à adolescência cheia de dúvidas e crises existenciais, ou ficando louca mesmo e ninguém pra me dizer!!!
Será que sigo como navio sem mastros, ao sabor das ondas (como até agora). Ou sigo contra a correnteza?
Mas aí me pergunto... contra a correnteza... mas pra onde? Em que sentido? Com qual sentido?
Não vejo motivos..., nem sentidos.
Tenho medo sim, tenho vergonha sim, me falta alguma coisa... um não sei o quê.
........
Um vazio
.......
Que vida a gente vive! Que vida gente tem!
No final de tudo, é sempre igual, tudo a mesmo coisa.
Acordo, tenho que fazer a higiene, tenho que comer, tenho sair, tenho que trabalhar, tenho que jantar, tenho que lavar, tenho que me socializar, tenho que me distrair, tenho que dormir... e acordo.... e de novo tudo (quase) igual. Tenho que, tenho que, tenho que, tenho que, tenho que, tenho que, tenho que, tenho que, tenho que..... Mas por que tenho que...? Por que a vida é assim? Do jeito que tem que ser?
Às vezes, como criança, vivo como quem não sabe o que se passa, o que se espera. Onde tudo é alegria, tudo é riso, tudo é motivo, tudo é intenso, intensamente vivido.
Às vezes, como velha, vivo como quem já sabe o que espera. Onde nada tem tanta alegria, onde não existe motivo, quando a vida, na verdade, parece mais uma aproximação da morte (que nunca chega).
Que chato... Onde que estou errando?
Será que é igual com todo mundo e só eu que lamento?
Por que na hora que a gente precisa, nunca aparece uma alma boa que diga: Oooolha.... por que você não segue esse caminho que é melhor?
Eu sei que todo mundo tem problemas, mas por que parece que ninguém tem? Quanta gente fingida no mundo...
Sabe... tô cansada....
Nenhum comentário:
Postar um comentário