Pois essa plaquinha aí define bem como é o mundo para os cadeirantes: PROIBIDO. (Aos meus olhos... pra ficar bem claro).
Vou contar uma historinha.... rs
Um belo dia ensolarado de 7 de setembro, fiz o favor de pisar numa pedrinha e fissurei o pé. Fui ao médico achando que não era nada... e que me desse um remedinho para dor, mas minha surpresa foi ele pedir que imobilizasse, sem pôr o pé no chão por um mês!
Meu maridinhu achou melhor alugarmos umas muletinhas!
(que ninguém saiba... mas pensei cá com meus botões: êba... vou experimentar andar de muletas...rs)
Ahhhh... se eu soubesse... Agora tenho um braço meio roxo e as mãos doendo. Dói a outra perna, os braços, as mãos.... menos o pé fissurado!
Além disso, ou carrego as muletas e mais nada, ou vou mancando (o que não devia) e carrego as coisas.
ATENÇÃO EMPRESÁRIOS DAS MULETAS!!!
Sugiro que façam umas muletas mais fashion, personalizáveis como nossos notebooks e com bolsas retráteis, portáteis ou coisa parecida.
Pois bem, voltando ao assunto... não me aguento estar em casa. E com a desculpa de que precisava ir ao mercado, fomos ao shopping!
Obaaa!!! Lá me emprestarão uma cadeira de rodas e não vou fazer esforço com as muletas, pensei.
Dito e feito! Mas como não era motorizada, tive que ir com meu marido barbeiro. Altas emoções e aventuras!
Cuidado! Olha o pé da moça! Não!!! Vira pra lá! Pra lá!.... Ai que vontade de levantar da cadeira e sair andando...rs Cuidado!! Olha a vitrine!!! Ai meu Deus!
Bom, aíííí.... esperamos um par de tempo pra tomar um cafezinho.... mas tinha que ser num lugar onde entrasse a cadeira... Como lá é bem concorrido, desistimos e fomos a outro café.
Mas me senti um alienígena na cadeira. Todos olham! Olha pra gente e para o problema da gente (no caso, meu pé). Será que as pessoas não têm discrição??? Mesmo que não estivesse olhando diretamente, eu percebia os olhares... em que será que pensavam...? Coitada....
Pois bem, depois entramos no mercado... Ou meu marido empurrava a cadeira ou empurrava o carrinho. Então resolvi eu mesma empurrar a cadeira pelo mercado e pegar o que pudesse porque era uma cadeira comum, não tinha cestinha.
E cada dia que passa as pessoas pra mim são uma decepção. A maioria finge que não te vê.
Parei num corredor do mercado e fiquei comtemplando uma caixa de mate que só tinha na última prateleira. Umas três pessoas passaram longe... duas olharam pra mim e viraram para o outro lado disfarçadamente. Acho que tinham medo de mim... rs
Ai refleti sobre o que passa um cadeirante e pensei: tenho a outra perna boa. Levantei, pulei num pé só e peguei o que queria. Observando que uma das pessoas que "fugiu" de mim, ficou olhando com cara de espanto quando me levantei.
Hahaha será que pensou que eu estava fingindo alguma deficiência...? Cada doido que a gente encontra...
Algumas mercadorias peguei e coloquei no carrinho que levava meu esposo. Peguei o que não escorregava do colo.
Pra não dizer que não falei de flores.... rs Quando cheguei no setor de frutas e legumes, encontrei uma senhora que também me olhava como um E.T., mas muito disponível para ajudar. Isso por momentos me deixa feliz, saber que no mundo ainda tem gente assim!
Mas pelo caminho a gente vê pessoas que não têm respeito e fingem que você não está ali. Crianças são curiosas por natureza, adolescentes muito sem noção, estão desculpados... mas um adulto? Até pessoas de idade? Como podem não respeitar o outro? E com que moral exigem respeito dos mais novos? Pessoas comuns e "normais" utilizando o elevador e se abre a porta, correm como se fosse a última viagem, como se o deficiente não tivesse prioridade, assim como o idoso, gestante e mães com crianças de colo.
Nossa!!! Será que nunca ouviram sobre a Lei da Acessibilidade?? Educação?? Bom senso???
Tá.... chega de reclamar né... melhor fazer como nosso amigo Lesado e Meio que mostra com graça esse outro mundo, de pessoas que possuem alguma deficiência. Clique aqui para ver seu blog. E clique aqui para ver outro blog, de uma moçoila que conta seu dia-a-dia de adaptação. Se chama Muletas Cor de Rosa. Muito legal!!!
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